Mineração

28 de novembro de 2011 - 14:21

A economia do Ceará depende aproximadamente de mais de 200 bens minerais. Em 2010, observou-se, segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), uma atividade produtiva no setor mineral de R$ 317,3 milhões, gerando mais de cinco mil empregos diretos no Estado.

O território cearense abriga ambientes geológicos favoráveis para a existência de muitos bens minerais. O embasamento cristalino no Ceará ocorre em 75% do estado. Nesse contexto, já são produzidas expressivas quantidades de bens minerais como: magnesita, dolomitas, calcários, rochas ornamentais, materiais de construção (britas, areias, saibro), rochas para enrocamentos e argilas dos aluviões para cerâmica vermelha. Dos 25% de terrenos sedimentares, são produzidos calcários para cal e cimento, água mineral e potável de mesa, água subterrânea para consumo humano e irrigação, pedra cariri para piso, gipsita para vários segmentos industriais, diatomita para filtros industriais e abrasivos, além de petróleo e gás.

Há minério cearense em vários municípios: urânio e fosfato em Santa Quitéria; ferro em Sobral, Quiterianópolis e Tauá; cobre em Viçosa do Ceará; e calcário em várias áreas, principalmente na Chapada do Apodi e em Santa Quitéria.

A grande jazida de fosfato em Itataia (em Santa Quitéria), que produzirá um dos fertilizantes essenciais para que se obtenha produtividades competitivas é, atualmente, o desafio mais importante da mineração cearense. O Brasil vem importando cerca de US$ 500 milhões desses materiais nos últimos anos. As imensas e diversificadas jazidas de carbonatos de cálcio (calcários), atualmente, constituem-se a maior potencialidade mineral do Ceará.

A exploração de Itataia, onde o urânio está consorciado ao fosfato, está prevista para começar em 2012. A reserva tem capacidade de produção de até 810 mil toneladas por ano de fertilizantes fosfatados e de 1.600 toneladas por ano de Urânio. A usina deve ter um faturamento anual de, pelo menos, US$ 525 milhões e, segundo o consórcio formado pelo Governo do Ceará, Indústrias Nucleares Brasileiras e Galvani Mineração, deve quadruplicar a produção nacional de concentrado de urânio. A mina permite também a exploração de outros produtos como o calcário dolomítico.

O anúncio de nova descoberta mineral desperta interesse da maioria das pessoas. Mas a Adece considera que, mais importante do que uma descoberta, será a caraterização de uma nova jazida mineral, que é o estágio de conhecimento que poderá atrair um investidor para implantar uma nova mina, gerando riqueza e oportunidades de trabalho para muitas pessoas.

No Ceará, onde já eram conhecidas várias ocorrências de quartzo, a Adece, agora com uma visão atualizada dos produtos que podem ser obtidos a partir deste óxido de silício, desenvolveu atividades de geologia de campo com envio de amostras de quartzo para laboratórios especializados, tendo a satisfação de receber resultados analíticos com teores bastante elevados por volta de 99,80 % de SiO². Esses valores estão atraindo indústrias produtoras de silício de grau solar, material básico para fabricação de painéis fotovoltaicos para geração de energia elétrica, como os que já estão gerando energia elétrica em Tauá.

As bilionárias reservas de calcários existentes na Chapada do Apodi, com elevados teores de óxido de cálcio e reduzidos percentuais de rejeitos, vêm proporcionando elevados desempenhos operacionais, destinados à fabricação de cimento, calcários micronizados para indústrias, além da aplicação como corretivo dos solos ácidos – isto é, com ph (potencial hidrogeniônico) baixo. Uma parcela de 1,4 milhão de toneladas por ano deste importante insumo será utilizada pela Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) na produção do aço.

A mina de cobre em Viçosa do Ceará possui reservas de 50 milhões de toneladas do chamado concentrado de cobre. Para integrar e concentrar as informações da atividade mineradora no Ceará, o Governo do Estado criou a Secretaria Adjunta de Energia, Mineração e Telecomunicações, ligada a Secretaria da Infraestrutura do Estado (Seinfra), a qual trabalha em parceria com a Adece. Para propor, apoiar e acompanhar projetos e ações voltados para o desenvolvimento sustentável do segmento de extração mineral no Estado do Ceará, foi criada, em 2008, a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva Mineral (CS Mineral).

O Governo do Estado tem incentivado a exploração de minérios no Estado, garantindo, com o apoio do Governo Federal, o fornecimento da infraestrutura necessária para os empreendimentos, que incluem água, energia e estradas.

O Complexo Portuário do Pecém (cujas rotas internacionais abrangem os mais importantes continentes e com alta frequência) é utilizado para a exportação dos minérios produzidos no Estado. O terminal também está sendo ampliado, com o estabelecimento de novos terminais marítimos, construção de novos quebra-mares, criação de um novo canal de acesso e bacia de evolução e instalação de novos ramais ferroviários.

 

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