Porto do Pecém assume a liderança na importação de cimento

23 de abril de 2012 - 17:54

Após conquistar a primeira colocação na exportação de frutas e calçados entre todos os portos brasileiros, o Porto do Pecém acaba de assumir a liderança na importação de cimentos não pulverizados (clinkers), com participação de 47%, seguido pelos portos de Santarém com 15% e Suape, em Pernambuco, com 10%. No primeiro trimestre do corrente ano foram movimentadas através do Pecém 869 mil toneladas (t) de mercadorias, o que representa uma variação positiva de 29% considerando o mesmo período do ano passado, quando foram movimentadas 676 mil t. O movimento nas importações registrou 660 mil t, enquanto as exportações contribuíram com 209 mil toneladas.

O porto cearense manteve a liderança na exportação de frutas e calçados, ficando em segunda colocação na importação de produtos siderúrgicos. Nos três primeiros meses de 2012 o Pecém registrou participação de 30% na exportação de frutas, seguido pelos portos de Parnamirim com 24 e Santos, com 11%. Na exportação de calçados a participação do Pecém foi de 38%, sequenciado pelos terminais de Rio Grande, com 21 e Santos, com 18%.

A liderança na importação de produtos siderúrgicos ficou com o porto de São Francisco, vindo em seguida o Pecém com 21% e o porto de Santos com 14%. Esses dados são do relatório da Secretaria do Comércio Exterior – Secex, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Em janeiro, fevereiro e março do corrente ano o porto do Pecém exportou 59 mil t de minérios, 52 mil t de frutas e seis mil t de calçados, importando 176 mil t de combustíveis minerais, 173 mil t de produtos siderúrgicos e 145 mil t de cimento e escórias.

A exportação de frutas registrou a movimentação de 42 mil t de melão, mamão e melancia, 4.800 de castanha de caju, 2.700 de abacaxi e manga e 1.700 t de bananas. O Estado do Ceará contribuiu com 70,7% dessas exportações, seguido pelo vizinho Rio Grande do Norte com 25%. Os principais destinos foram a Holanda, com 48%, Grã Bretanha com 25, Espanha com 11 e Estados Unidos com 7%.

No primeiro trimestre do corrente ano, passaram pelo Pecém 110 navios, o que representa uma média mensal de aproximadamente 37 navios.

 

Assessoria de Comunicação da Cearáportos

Joseoly Moreira ( joseoly@gmail.com / 85 9983.2525)

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ENTREVISTA
Roberto Smith – presidente da
Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece)

O desafio é dos maiores: fazer o Ceará se manter em rota constante de crescimento, atraindo novos investimentos e se destacando nacional e internacionalmente como um destino para quem quer fazer bons negócios e em áreas diversas. Mas um dos principais comandantes deste processo traz consigo uma ampla experiência que o credencia para a tarefa. Após oito anos como presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), maior banco de desenvolvimento regional da América Latina e principal agente indutor do desenvolvimento sustentável do Nordeste, o economista Roberto Smith se viu diante de uma nova missão de igual relevância ao assumir o comando da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), em outubro de 2011. Desde então, vem se dedicando não apenas a garantir novas formas de crescimento econômico para o Ceará, em especial para o interior do Estado, mas também à reestruturação da própria Agência com o objetivo de levar mais rapidez e modernidade aos processos internos da entidade.

Roberto Smith é graduado em Economia e em Administração de Empresas. Tem especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado em Economia. É professor aposentado do Departamento de Teoria Econômica da Universidade Federal do Ceará (UFC). Autor de vários programas econômicos, desenvolveu atividades de consultoria para instituições públicas e privadas nas áreas de política, urbana, finanças públicas, serviços públicos, transportes e sistemas tarifários de serviços públicos, e economia do turismo, com destaque para estudos sobre a Área Central de Fortaleza, a revisão do Plano Diretor da Cidade, a viabilidade do Novo Centro Multifuncional de Feiras e Eventos de Fortaleza, entre outros.

A Adece atua, principalmente, na execução das políticas de desenvolvimento econômico do estado. Em meio às estratégias definidas e ações implementadas, o que a Agência vem fazendo para promover a interiorização dos investimentos e que atrativos podem ser gerados atualmente para os municípios cearenses?
É importante enfatizar que não somente isso, mas a Agência também atua na promoção de estímulos para um ambiente competitivo para as empresas. No que diz respeito à interiorização do desenvolvimento, na própria metodologia de apoio, através do Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI), existem elementos que priorizam a implantação de investimentos no interior do Estado. Também temos levantado informações a respeito das vocações que os diversos municípios possuem, de forma que possamos direcionar o investimento adequado para cada território.

Quais potenciais para a geração de negócios a Adece tem descoberto no interior do Estado e como o senhor define o papel da Agência no fomento à vinda de investidores que possam colaborar para mudar a atual realidade econômica?
Negócios que utilizam bastante mão de obra geralmente são adequados, como é o caso dos segmentos de vestuário e calçado. Entretanto, é no agronegócio que se oferecem as maiores oportunidades, principalmente àqueles ligados à fruticultura, floricultura, piscicultura, leite e derivados e apicultura. Nosso intuito é apresentar o Estado com suas peculiaridades competitivas, além dos estímulos e benefícios fiscais oferecidos, explicitando para os futuros investidores os possíveis cenários decorrentes dos investimentos em infraestrutura por qual passa o Ceará atualmente.

Em que municípios os principais investimentos se concentraram em 2011? E para que cidades irão os investimentos de 2012?

Itaitinga, Iguatu, Itapajé, Fortaleza, Maracanaú, Pacatuba, Pacajus, Horizonte, Aquiraz, Sobral, Eusébio e Jaguaribe. Os protocolos de intenção de empreendimentos, quando aprovados, tem prazo de vigência de até dois anos, portanto, esses são os municípios em que já estão com empresas instaladas, que estão em processo de instalação, e que ainda se implantarão.

A atuação da Adece é voltada para o fortalecimento das 19 Câmaras Setoriais, formadas por representantes de entidades relacionadas a segmentos os mais distintos, que vão de áreas mais tradicionais como leite, mel, cajucultura e camarão, até setores mais tecnológicos, como os de tecnologia da informação e energia eólica. Na prática, qual o papel dessas Câmaras?

As câmaras setoriais são fóruns modernos de articulação do setor público com o setor privado. Elas têm o objetivo de mapear e encontrar os gargalos dos setores, apresentar propostas e soluções para serem implantadas, além de monitorar os resultados. Surgidas na Espanha, chegaram ao Brasil e ao Ceará em 2003 e hoje estão em plena operação, como mecanismos eficientes de interação do governo com o setor privado. Cada uma delas é formada por representantes de toda a cadeia produtiva do setor. Hoje o Ceará já dispõe de 19 câmaras (cajucultura, camarão, eventos, carnaúba, comércio e serviços, eletrometal, energia eólica, flores, fruticultura, tilápia, leite, mel, mineral, reciclagem, saúde, tecnologia da informação, audiovisual e trigo). Elas são dirigidas obrigatoriamente por um membro do setor privado e encontram resultados muito interessantes na resolução dos problemas. Na prática, elas proporcionam a esses segmentos um ambiente voltado ao diálogo entre os diversos integrantes que compõe os setores, além de aproximar o Governo do Estado das necessidades de foco da sua atuação.

Na sua opinião, além do turismo e da construção civil, que outros setores vêm se destacando no Ceará pela captação de investimentos estrangeiros?
Energias sustentáveis, como é o caso da eólica, e o agronegócio, principalmente os segmentos da fruticultura, leite e derivados, como também piscicultura.

De que forma a Adece vê a realização da Copa do Mundo de 2014 em Fortaleza como uma ferramenta de fomento para o desenvolvimento do Estado? Que oportunidades podem ser trabalhadas para trazer benefícios duradouros para a economia local?
A Copa do Mundo de 2014 é elemento motivador dos governos e da iniciativa privada. Estamos atentos às diversas oportunidades advindas desse evento grandioso. Mas é importante entender que o momento é oportuno para a melhoria da qualidade de vida no pós Copa, pois, aí sim, teremos uma ambiente recheado de oportunidades que são consequências do seu legado, principalmente nos segmentos de construção civil, mobilidade urbana, entretenimento (turismo e gastronomia) e saúde.

No que diz respeito à preparação do capital humano para um mercado cada vez mais competitivo, a Adece vem trabalhando de alguma forma em prol de uma melhor capacitação dos empreendedores, empresários e investidores cearenses?
A Adece tem estimulado, através das câmaras setoriais, a formação de um ambiente voltado ao diálogo e a formação de uma visão de futuro para os diversos segmentos produtivos do Estado, apoiando a participação dessas pessoas em feiras nacionais e internacionais, seminários e congressos.

Em ano de eleições municipais, quais as suas expectativas quanto ao desenvolvimento das macrorregiões para os próximos anos?
Existe uma intenção forte do realinhamento dos governos municipais, estadual e federal para que o desenvolvimento ocorra de forma equilibrada e sustentável. O que o Governo do Estado busca é uma maior equidade social e econômica nas diversas regiões do Ceará, através de investimentos em educação, saúde e segurança pública.