Rendimento médio do cearense cresce 9,01% entre 2007/10 e supera índice nacional

2 de maio de 2012 - 19:19

O rendimento médio do cearense, no período 2007/2010, cresceu (taxa acumulada) 9,01%, passando de R$ 967,78 para R$ 1.054,96, resultado que superou o índice do Brasil, que ficou em 6,10%. É o que revela o trabalho Enfoque Econômico (nº 34), intitulado de “Rendimento do Trabalhador Formal 2007/2010”, do Instituto de Pesquisa e Estratégica Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado, que acaba de ser divulgado.

Outros cinco trabalhos foram disponibilizados pelo Ipece: “Evolução da Renda Média do Trabalho no Ceará”; “Desempenho do Emprego Formal em Fortaleza”; “A Contribuição dos Rendimentos do Trabalho na Redução da Desigualdade de Renda” e “A Importância da Renda do Trabalho na Composição da Renda dos Domicílios”, todos “Enfoques Econômicos. Também foi lançado IPECE/Informe (nº 32), que tem o título “Perfil do Trabalho, Rendimento e Ocupações com Ênfase na Economia Cearense”.  Os trabalhos podem ser acessados no www.ipece.ce.gov.br.

Na análise do rendimento médio do trabalhador por “setores e atividades selecionadas” (indústria, construção civil, comércio, serviços e administração pública e agropecuário), o documento mostra que a construção civil apresentou o maior ganho real nas três esferas de comparação: Ceará, Nordeste e Brasil. Em 2007 o rendimento médio do cearense na construção civil era de R$ 731,88 e passou para R$ 865,61 em 2010, representando variação de 18,27%, superando a do Brasil, de 12,92%.

O documento revela ainda que o ritmo de crescimento da economia cearense, ao longo dos anos 2007 a 2011, determinou uma expansão no mercado de trabalho. No período acumulado de 2007 a março de 2012, a geração de empregos formais chegou a 287,38 mil vagas. Analisando o salário por faixa, percebe-se que a maior concentração de trabalhadores, tanto em 2007 quanto em 2010, ganhavam entre 1,01 a 1,50 salário mínimo, com respectivamente, 48,44% e 49,75%. Observa-se também que as faixas de 0,51 a 1,00 e 2,01 a 3,00 salários mínimos foram as que ampliaram suas participações.

EVOLUÇÃO DA RENDA

O trabalho “Evolução da Renda Média do Trabalho no Ceará” mostra, dentre outras informações, que o retorno da educação é maior para o trabalhador que tem mais de 12 anos de escolaridade, o que seria equivalente aos anos adicionais após a conclusão do ensino médio. O rendimento mensal de um trabalhador sem instrução ou analfabeto chega a ser, aproximadamente, duas vezes menor que a de um trabalhador com ensino fundamental completo. Já um trabalhador sem instrução, em 2009, recebia uma renda média de R$ 218, enquanto que um trabalhador com oito anos de estudos ganhava, em média, R$ 439,3, o que representa uma diferença no rendimento, em termos percentuais, de 101%. No Ceará, em 2009, o rendimento médio de um homem era de R$ 647,66, o que corresponde a 27,8% a mais que o rendimento de uma mulher (R$ 497,48).

EMPREGO FORMAL

Na década 2000/20010 foram criados 311.588 mil postos de trabalho com carteira assinada em Fortaleza, representando um crescimento médio de 31.158 mil/ano, de acordo com o documento “Desempenho do Emprego Formal em Fortaleza”. Em 2010 foram gerados 64.780 novos postos de trabalhos, representando um crescimento de 9,80% quando comparado com 2009, a maior taxa observada durante o período analisado. Em termos de taxa de variação do emprego formal, o setor “Construção Civil” teve grande destaque, apresentando uma expansão de 104,49% do número de empregos formais nesses quatro anos (29.736 novos postos de trabalho).

COMPOSIÇÃO DA RENDA

Já o Enfoque Econômico “A Importância da Renda do Trabalho na Composição da Renda dos Domicílios” mostra que a renda vem apresentando valores médios crescentes desde 2001. Essa trajetória pode ser relacionada a diversos aspectos, como, por exemplo, a política de valorização do salário mínimo, políticas de transferências de renda, o período de estabilidade e de relativo crescimento da economia brasileira no período que inclusive possibilitou uma melhor dinâmica ao mercado de trabalho. Considerando apenas os domicílios com declaração de rendimentos positivos, tem-se que a renda domiciliar per capita média cresceu 34,9% entre 2001 e 2009.

REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES

Com uma participação acima de 70% em quase todo o período do estudo, a renda do trabalho é a principal fonte de renda das famílias cearenses, de acordo com o Enfoque Econômico “Contribuição dos Rendimentos do Trabalho na Redução da Desigualdade de Renda (2001-2009)”. Os rendimentos previdenciários, que englobam aposentadorias, pensões e demais benefícios dessa ordem, contribuíram com uma média de aproximadamente 24% da renda. Já os rendimentos de aluguéis e donativos apresentaram uma contribuição média para a renda em torno de dois por cento.

Uma categoria que incorpora conjuntamente rendimentos financeiros como os juros e as transferências de renda, inclusive de programas sociais, apresenta uma contribuição média de aproximadamente 4% nos últimos anos. A forte contribuição dos rendimentos do trabalho oferece assim, um indicativo de que a dinâmica de concentração de renda deve responder de forma bastante direta ao comportamento do mercado de trabalho. O Ceará foi um dos estados brasileiros que mais avançaram na redução da desigualdade de renda, sendo o que obteve a maior redução na região Nordeste. O Índice de Gini de aproximadamente 0,61 em 2001 passou para 0,54 em 2009; uma redução em torno de 11,1%.

PERFIL DO TRABALHO

Em 2010, o Ceará tinha 51,18% da população em idade economicamente com a grande maioria delas ocupadas (apenas 3,95% desocupadas), segundo o estudo Ipece/Informe (Perfil do Trabalho, Rendimento e Ocupações com Ênfase na Economia Cearense). O Nordeste foi à região com o maior número de trabalhadores que ganhavam até um salário mínimo e que não apresentavam rendimentos. Metade da população brasileira que não detinha nenhum rendimento estava localizada nessa região. No caso dos trabalhadores cearenses, pouco menos de um terço eram empregados com carteira de trabalho assinada e um quarto da população empregada inserida na categoria conta própria. Destaca-se que apenas 1,2%  dos cearenses consideraram-se empreendedores.

02.05.2012

Assessoria de Imprensa do Ipece

Antonio de Padua Queiroz Martins

padua.martins@ipece.ce.gov.br“>padua.martins@ipece.ce.gov.br