Presidente da Adece palestra na abertura do Encomex 2013

19 de setembro de 2013 - 17:45

Meus senhores e senhoras, empresários, profissionais de comércio exterior, estudantes, parceiros tenho o prazer de saudá-los nesse Encontro de Comercio Exterior Empresarial de Fortaleza. Gostaria também de saudar aqueles que vem trabalhando com muito entusiasmo e vigor para a realização desse evento tão importante, aqui no Ceará, e em nome de todos eles quero destacar àquela que com sua tenacidade, dedicação extrema, qual um dirigente de orquestra, e que é em grande parte a responsável por esse Encontro, que não temos dúvida será um sucesso no avanço e na disseminação da nossa cultura exportadora: refiro-me à Cândida Cervieri – Diretora do Departamento de Micro, Pequenas e Médias Empresas do MDIC. A desenvoltura e a capacidade de realização de Cândida e a sua vasta experiência é um exemplo para todos nós do quanto há por fazer para projetar o País no âmbito do Comércio Exterior.

O binômio, foco dos ENCOMEX: Competitividade e Inovação encerra a síntese da trilha necessária a ser seguida buscando estimular a maior participação do empresariado brasileiro no comércio internacional.

 A lei das vantagens comparativas de David Ricardo, afirmava no início do século XIX que os países deveriam se especializar em produzir aqueles produtos dotados de maior produtividade, dentro de um quadro de complementariedades internacionais. Assim, no exemplo famoso, a Inglaterra devia produzir e exportar os produtos têxteis de lã para Portugal e importar o vinho do Porto daquele país. Tratava-se de uma lógica que colocava uma evidência simplista, e que, contudo deixava sem resposta: o que fazer com o desemprego dos tecelões portugueses? Qual o papel da moeda e do câmbio nisso? Onde ficam as tarifas protecionistas e todas as imperfeições de práticas e informações que povoam o mundo real das transações de mercadorias e afetam os empresários seus protagonistas, bem como as economias nacionais?

Cabe, portanto, trabalhar com estratégias e políticas, enquanto políticas de Estado, e é da formatação dessas políticas que estamos nos referindo enquanto objeto dos assuntos a serem tratados nesse ENCOMEX.

O Brasil tem avançado muito no plano internacional, e tem feito um enorme esforço em reduzir as repercussões da crise financeira que eclodiu a partir de 2007/2008. Se as exportações brasileiras tem tido um desempenho apreciável, notadamente, no agronegócio, é preciso ter em mente, contrariamente ao que se tem afirmado, de estarmos regredindo ao modelo primário exportador, o fato é que as exportações do agronegócio encerram um elevado teor de desenvolvimento tecnológico inclusive fito sanitário que se traduz em dotação de maior produtividade ampliando a nossa competitividade e conquista de mercados e geração de divisas.

Vivemos numa economia mundializada e o fato de um brasileiro estar dirigindo a OMC tem um significado que se situa para mais além do que um significado no plano simbólico. O preparo constante que envolve as habilidades nas negociações do comércio internacional constitui a parte mais visível e que vem à tona de um encadeamento complexo onde a inovação é um requisito não apenas na esfera da produção, mas no mundo abrangente de toda a institucionalidade: tributária, jurídica, logística e, sobretudo de conhecimento envolvendo acordos e barreiras.

É, portanto todo esse complexo que recebeu a precisa denominação de “cultura exportadora”.

O Plano Nacional de Cultura Exportadora, coordenado pelo MDIC, tem por objetivo desenvolver a cultura exportadora nos Estados da Federação através de um plano de ações pactuadas entre os diversos parceiros nacionais e locais, consolidados em um único documento. Com duração de 4 anos, integrante do Plano Plurianual os trabalhos iniciaram-se em 2011, com ações a  partir de 2012 com término previsto em 2015, e, deverá constituir uma política de comércio exterior para o País voltada para expandir a pauta brasileira de exportação em termos quantitativos e, sobretudo, qualitativos envolvendo um número crescente de empresas de todo porte.

Cinco eixos são abordados e trabalhados no PNCE – Plano Nacional de Cultura Exportadora e que permeiam o ENCOMEX – Ceará:

 

  1. 1.Desenvolvimento de uma Cultura Exportadora – envolve, sobretudo, conhecimento acumulado, que é uma resultante de capacitação, sensibilização, promoção de encontros, troca e compartilhamento de experiências.
  2. 2.Aperfeiçoamento de uma Inteligência Comercial e Competitiva – amparada em estudos, pesquisas de mercado, cooperação técnica, e principalmente habilidade em negociações.
  3. 3.Estruturação de um Ambiente de Negócios – tendo por base o apoio técnico orientado para os distintos segmentos produtivos, processos de certificação, adequação tecnológica, simplificação de processos, crédito, financiamento, etc.
  4. 4.Diversificação e Qualificação da Pauta Exportadora – envolvendo projetos de apoio e fomento a novas tecnologias e setores potenciais, articulação com exportadores, etc.
  5. 5.Promoção Comercial – preparo e habilitação de missões comerciais, participação em feiras internacionais, rodadas de negócios, qualificação de consultorias, desenvolvimento de ferramentas virtuais, design, embalagens, marcas e certificação de origem etc.

 

  1. a nível nacional pelo MDIC, de quem o Governo do Ceará é parceiro de primeira hora, no Estado é coordenado pelo CEDE e ADECE. Vem se desenvolvendo atualmente com várias ações dos parceiros nacionais atuantes no Estado. O planejamento das ações do PNCE 2014 nos Estados participantes já está sendo elaborado.

 

O evento ENCOMEX tem tudo a ver com Cultura Exportadora e a realização do ENCOMEX 2013 em Fortaleza tem um significado especial para o Ceará perante os resultados esperados. De um estado que vem empreendendo, no atual Governo Cid Gomes, um grande esforço logístico, educacional e de inovação tecnológica e que se situa nas vésperas de um vigoroso processo de maturação produtiva e empresarial que deverá projetar a sua maior participação no PIB nacional. A melhor referência a isso envolve o porto e o retro porto do Pecém e da primeira Zona de Processamento de Exportações – ZPE a entrar em operação no País.  

 

A estruturação de uma programação cuidadosa para esse Encontro se inicia enfocando o nosso País no mercado mundial permeada com experiências empresariais de sucesso. Em seguida durante o período da tarde as Oficinas Setoriais e Temáticas cobrirão um amplo espectro de conteúdos pertinentes. Além disso, um conjunto de atividades significativas tais como: a Rodada com Tradings; os Encontros de Negócios; Atendimento a Empresários nos stands, complementadas por um Balcão de Atendimento do MDIC e um Curso Básico de Exportação, isso tudo torna bastante instigante o ENCOMEX – Ceará, só nos restando agradecer ao Ministro Fernando Pimentel e sua equipe a escolha de nosso Estado para a sua realização.

 

Desejamos que esse Encontro seja muito proveitoso para todos nós, para o Nordeste e para o País.

 

Obrigado.

 

Roberto Smith