Floricultura cearense obtém destaque em nível nacional

24 de novembro de 2014 - 17:33

O Ceará, apesar de possuir um clima muito quente e seco, tem obtido destaque na produção de flores, tanto que hoje é o terceiro maior produtor do País, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais. Tem a sua área de produção concentrada no Maciço de Baturité, regiões do Cariri e da Ibiapaba, além da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Há uma peculiaridade com relação aos números de produção nos últimos quatro anos, porque houve um problema sério de estiagem, com irregularidade não esperada e bem significativa para o setor. E a floricultura, mesmo com a preocupação da questão da água, pois a maior parte é da agricultura irrigada, não parou de crescer. O setor movimentou, no ano passado, R$ 5 bilhões no Brasil e gerou 38 mil empregos. Já o Estado respondeu por cerca de 12% disso, ou seja, próximo de US$ 600 milhões, tem 152 produtores, gerando 1.409 postos de trabalho, com média de 3,5 trabalhadores por hectare (ha) cultivado.

De acordo com a engenheira agrônoma Ticiana Batista, articuladora de agronegócios da Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece), o Ceará tem uma produção bastante significativa e é o segundo maior exportador do Brasil. “Entre 2010 e 2013, o Estado passou de uma área cultivada de 262 ha para 402,9 ha, ou seja, um incremento de, aproximadamente, 53,8%. Para um período de escassez na nossa região, mostra a potencialidade e o quanto o mercado está exigindo desse produto.Apesar de ter havido uma redução do comprimento das hastes, e os botões das flores ficado um pouco menores, devido ao desconforto térmico, as flores ficaram bonitas, com qualidade”, disse.

TIPOS DE CULTIVO

Os tipos de cultivo são divididos em três tipos: telado (3%), estufa (19%) e campo aberto (78%), fazendo com que o Ceará tenha obtido um destaque em nível nacional, tendo sido reconhecido como maior produtor de rosas do País, quebrando paradigmas. “Saímos da imagem de chão rachado, que ainda temos, mas somos produtores de flores, atendemos ao mercado nacional e ainda exportamos. Vale ressaltar, com relação a produtos patenteados, que estavam no topo de linha da comercialização, porque requerem royalties. Então você pega um produto que está em lançamento na Europa, o adéqua ao mercado produtor na América do Sul e paga por metro quadrado (m²) para ser comercializado naquele determinado País”, asseverou Ticiana. E o Ceará, começou a moralizar isso, pegando produtos novos e adaptando-os à produção em território cearense, através de melhoramento do material genético que sai daqui, hoje, principalmente rosas de corte e bulbos. Estes últimos, inclusive, representam o principal produto na pauta de exportações do Estado.

Já com relação às rosas, acabaram encontrando um caminho muito atraente para seguir, que é o mercado nacional, que é pujante e crescente, tendo obtido uma elevação em torno de 12% no último ano, em termos de comercialização. Então, o brasileiro tem um produto mais acessível para ele, com preço mais atraente e que pode ser encontrado até em supermercados. “As pessoas ficam muito preocupadas porque o projeto “Rosas do Ceará” era voltado mais para a exportação e não está exportando mais. Vale entender a dinâmica do mercado, pois o produtor não deixou de vender e ganhar em cima do que ele está produzindo. Apenas houve uma adequação deste produto para um novo mercado. Temporariamente, está voltado 99% para o mercado nacional, que está sendo comercializado e muito bem comercializado. Houve uma reorganização”, destacou a engenheira agrônoma.

Fonte: jornal O ESTADO, Caderno de Economia, de 24 de novembro de 2014