Portos

11 de junho de 2014 - 03:00

Porto do Pecém
O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) tem como objetivo viabilizar a operação de atividades portuárias e industriais integradas, imprescindíveis ao desenvolvimento de um complexo com características de Porto Industrial. Constituído de dois píers marítimos (um para insumos e produtos siderúrgicos e carga geral e outro para granéis líquidos, em especial óleo cru e derivados de petróleo), iniciou as operações comerciais em novembro de 2001 e foi inaugurado em março de 2002.

Por ser um terminal “off shore”, os píers de atracação estão protegidos da ação das ondas e correntes por um quebra-mar de berma, na forma de “L”, com 1.768 metros de extensão. Os dois píers são ligados ao continente por uma ponte rodoviária, que interliga o Pátio de Armazenagem às instalações de atracação de navios.

O Complexo opera movimentando matérias-primas siderúrgicas, produtos siderúrgicos acabados, fertilizantes e cereais em granel, contêineres e granéis líquidos e gasosos.

  • Localizado a 56 km de Fortaleza;
  • Área de pátio – 38,000 m²;
  • Galpões cobertos–16,250 m²;
  • Píer de acesso – 2,142 m;
  • Calado: 14 a 20 m;
  • 06 berços de atracação (16 até 2018):

           02 para granéis líquidos;

           02 produtos siderúrgicos;

           02 cargas gerais.

A movimentação de mercadorias através do porto do Pecém registrou novo recorde nos doze meses de 2014, com 8,2 milhões de toneladas (t) contra 6,3 milhões transportadas em 2013, o que representa uma variação positiva de 31%.

475 navios operaram no terminal portuário de São Gonçalo do Amarante durante esse período, com destaque para os granéis sólidos, que registraram incremento de 87%, movimentando 3,5 milhões de t. As exportações cresceram 13%, enquanto as importações contribuíram com elevação de 36%.

Nos últimos seis anos, de 2009 a 2014, o crescimento na movimentação de mercadorias pelo Pecém foi constante, saindo de dois milhões em 2009 para 8,2 milhões no ano passado.

Movimentação ano a ano

 

A N O

TONELADAS

2009

2.165.237

2010

3.527.965

2011

3.766.571

2012

4.392.050

2013

6.327.288

2014

8.274.471

Na movimentação de longo curso os principais produtos exportados foram os combustíveis minerais, os minérios e as frutas, enquanto nas importações os destaques ficaram com os combustíveis minerais, os produtos siderúrgicos e os clinkers (cimentos não pulverizados).

Na cabotagem, os destaques foram combustíveis minerais, clínkers e máquinas e materiais elétricos nas exportações, combustíveis minerais, produtos siderúrgicos e cereais nas importações.

As frutas que registraram maior movimentação foram o melão (92 mil t), manga (35 mil), melancia (16) e castanha de caju, com dez mil toneladas exportadas, com origem no Rio Grande do Norte (48%), Ceará (30), Bahia (12) e Pernambuco com oito por cento. Os principais destinos foram a Holanda, Grã Bretanha, Estados Unidos e Espanha.

No ranking de todos os portos brasileiros, segundo a Secex – Secretaria do Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio e Desenvolvimento, o porto cearense lidera a importação de clínkers, com participação de 35%, seguido pelos portos de Barcarena, Mucuripe, São Luiz e Suape. Nas importações de produtos siderúrgicos a liderança é do porto de São Francisco do Sul, seguindo-se os portos do Pecém, Santos e Itajaí.

Nas exportações de frutas a liderança fica com o porto de Parnamirim, com participação de 27%, seguido pelo Pecém com 26, Santos com 15 e Salvador com 13%. O Pecém é terceiro colocado nas exportações de calçados, com o porto de Santos na liderança e o do Rio Grande em segundo.

Ampliação do Porto do Pecém

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) autorizou, em dezembro de 2013, o começo das obras de ampliação Terminal de Múltiplo Uso (TMUT) do Porto do Pecém.  O consórcio Marquise/QG/Ivaí formado pelas empresas Construtora Marquise, Queiroz Galvão e Ivaí Engenharia de Obras, realizará as obras pelo valor de R$ 568,7 milhões, com previsão de término em 30 meses.

Os serviços da segunda etapa da expansão do terminal portuário incluem uma nova ponte de acesso ao quebra-mar existente com 1.520 metros de extensão, pavimentação de 1.065 metros sobre o quebra-mar; a ampliação do quebra- mar em cerca de 90 metros; o alargamento em cerca de 33 metros da ponte; a construção de 600 metros de cais com dois berços de atracação de navios cargueiros ou porta-contêineres. Estes últimos equipamentos serão voltados para operação com carga geral e produtos da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), da refinaria Premium II da Petrobras e da ferrovia Transnordestina; está previsto também a ampliação do pátio da retro-área de aproximadamente 69.000 metros quadrados.

Os dois berços de atracação serão voltados para a exportação de placas da siderúrgica, enquanto a Ferrovia Transnordestina utilizará provisoriamente o Terminal de Múltiplas Utilidades (TMUT), cuja primeira etapa já foi inaugurada, até ter o seu próprio terminal. O secretário Adail Fontenele, define como fundamentais os investimentos no terminal portuário para fomentar a captação de empreendimentos de grande porte para o Estado, os quais resultarão em impactos positivos na economia estadual. 

TMUT

Em agosto de 2010 o Governo do Estado entregou a primeira etapa das obras do TMUT, composto por dois berços de atracação, que atenderão aos navios porta-contâiner; ampliação do quebra-mar para mil metros; e o prolongamento da ponte existente, de 348 metros. O custo da obra foi de aproximadamente R$ 410 milhões. Além do TMUT o Terminal recebeu, ainda, o reforço de obras como a implantação de uma correia transportadora e de um descarregador de minérios, que somaram investimentos da ordem de R$ 175 milhões. A expectativa é que com a nova ampliação, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) esteja composto por um berço no TMUT, um novo quebra-mar, dois berços de granéis sólidos; e cinco berços de granéis líquidos.


Construção de Terminal de Gás Natural (TGAN)
O TGAN é essencial para atender com segurança e eficiência as operações de regaseificação do Pecém, assegurando o suprimento de gás natural no Ceará e área de influência, destinado às termoelétricas, indústrias e uso veicular. Sua capacidade de movimentação será de sete milhões de m³/dia de gás natural comprimido. Terá dois berços de atracação opostos, com 420 metros de comprimento cada.

 

Ampliação das Tomadas Frigoríficas
O objetivo é melhorar o atendimento aos exportadores e consolidar a posição de principal porto do Brasil no escoamento de frutas e pescados. Para isso, as 624 tomadas frigoríficas existentes serão acrescidas de mais 264 novas tomadas.

 

Expansão do Molhe
A expansão visa à proteção das embarcações que utilizarão o Terminal de Múltiplo Uso e o Terminal de Gás Natural.

 

Construção de Correia Transportadora
O equipamento cria as condições operacionais adequadas ao transporte de matérias-primas destinadas à Usina Siderúrgica do Pecém, por meio de processos seguros, rápidos e de menos custo. Ao longo de 8,4 quilômetros de extensão e com capacidade para transportar até 1.250 ton/h, a correia fará a ligação entre o navio cargueiro e o pátio de estocagem da siderúrgica.

 

Aquisição de Scanner de Contêineres
O equipamento possibilita agilizar o processo de inspeção, evitando o atraso de embarques e possibilitando maior eficiência e segurança das operações, atendendo aos mais recentes padrões internacionais. A inspeção não-invasiva de cargas será feita por aparelhos de raios X ou raios gama.

 

Construção de Terminal Intermodal de Cargas
A área reservada para a obra é de 323 hectares e está localizada a cerca de 5 quilômetros do Terminal Portuário. As instalações serão destinadas a atividades portuárias complementares, como armazenamento de contêineres vazios e granéis, centros de distribuição, zonas de apoio logístico e outras. No local, serão realizadas operações de integração ao transporte rodoferroviário.

 

Construção de Bloco de Utilidades
A obra visa ao atendimento a todos os usuários do Terminal Portuário, reunindo salas de escritórios, área de alimentação, agência bancária, agência de Correios, cartório, auditório e outros serviços. O bloco foi planejado para atender as demandas produzidas pela crescente movimentação de cargas.

 

Porto de Fortaleza
O Porto do Fortaleza, também conhecido como Porto do Mucuripe, é um dos terminais marítimos mais importantes e estratégicos do País. A localização privilegiada (na enseada do Mucuripe, em Fortaleza, no estado do Ceará) o mantém em proximidade com os mercados da América do Norte e Europa, permitindo o atendimento a empresas de navegação com linhas regulares destinadas a portos dos Estados Unidos, Canadá, América Central, Caribe, Europa, África e países do Mercosul, além de itinerários para os demais portos brasileiros a partir da navegação de cabotagem.

porto de fortalezaÉ administrado pela Companhia Docas do Ceará (CDC), uma empresa de economia mista, que é vinculada à Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR). O Porto de Fortaleza iniciou as operações em 1938; no entanto, a CDC foi criada somente em 1956.

A Companhia Docas atua como autoridade portuária, administrando o Porto de Fortaleza, intermediando relações entre operadores portuários (empresários), donos de cargas importadas e exportadas, órgãos intervenientes e o Órgão Gestor da Mão de Obra (OGMO). Os mercados-alvo são importadores e exportadores de mercadoria no mercado nacional e no mercado internacional.

Infraestrutura e superestrutura
Possui cais comercial acostável com 1.116 metros de extensão e 20 metros de largura, com cinco berços de atracação, sendo três berços de 10,5 metros, um berço de 7 metros e um berço de 5 metros de profundidade. Está em processo de dragagem para 13 metros.

Tem também píer com ponte de acesso de 853 metros de comprimento, sistema de dutovias e plataforma de atracação com dois berços de 11 metros de profundidade. Também está em processo de dragagem para 13 metros.

É dotado de cinco armazéns com área de 6.000 m² cada (sendo dois arrendados à iniciativa privada e um deles em fase de construção) assim como 131.000 m² de pátio pavimentado para armazenagem, além de um armazém estruturado de  3.000 m². O Porto de Fortaleza congrega o segundo maior polo moageiro do Brasil (o primeiro é São Paulo), com três moinhos e capacidade de armazenagem estática total de 250.000t.

Para operação refrigerada, dispõe de 240 tomadas para contêineres frigoríficos (em expansão para 500 tomadas), bem como duas duascâmaras frigoríficas para a inspeção de contêineres frigoríficos. Os equipamentos disponíveis para operação, todos da iniciativa privada, são: guindaste canguru, guindastes MHC sobre rodas, empilhadeiras reach stacker e top loader e descarregadores mecânicos de grãos.

Objetivos do Porto de Fortaleza
Promover o desenvolvimento socioeconômico da região de sua influência, e em particular do Estado do Ceará, por meio do exercício da função de autoridade portuária e pela promoção das facilidades portuárias para as exportações e importações e o transporte marítimo de cabotagem de mercadorias e turismo.

Movimentoação de cargas

O Porto de Fortaleza atingiu em 2014 o maior volume de cargas movimentadas da sua história: 5.209.107 toneladas de mercadorias importadas e exportadas. O número representa um crescimento de 4,6% em relação ao ano de 2013. Do total geral da movimentação de mercadorias, 94% foi importação e 6% exportação. A movimentação de contêineres também fechou o ano com o recorde de 100.000 mil TEUs – quantidade 10,5% maior que a do ano anterior.

Considerando a movimentação por cargas, o granel sólido foi o que apresentou o maior crescimento: 18,5% comparando 2014 com o ano de 2013. Ao todo, movimentou 1.586.603 toneladas em 2014. As principais cargas do grupo foram trigo (965 mil t), clínquer (238 mil t), coque de petróleo (221 mil t) e enxofre (35 mil t), totalizando 30,5% do total geral de cargas movimentadas no ano em questão. O aumento na movimentação de trigo e de granéis não vegetais (clínquer e coque de petróleo) proporcionou este resultado.

O granel líquido, por sua vez, cresceu 8,5% comparando 2014 com o ano anterior, fechando com um total de 2.786.842 toneladas. Os principais produtos movimentados na categoria foram: gasolina (600 mil t), diesel (590 mil t), petróleo cru (398 mil t) e asfalto (238 mil t), representando 53,5% do total de cargas movimentadas no ano. O asfalto foi o produto que apresentou o maior crescimento neste segmento.

A carga geral movimentou 835.660 toneladas, representando 16% do total de cargas movimentadas em 2014. Os principais produtos movimentados foram: arroz (242 mil t), material de construção civil (43 mil t), sal (35 mil t) e papel (15 mil t).

Percentual por categoria – 2014

Granel Líquido: 53,5%
Granel Sólido: 30,5%
Carga Geral: 16%

Toneladas por categoria – 2014

Granel Líquido: 2.786.842 toneladas
Granel Sólido: 1.586.603 toneladas
Carga Geral: 835.660 toneladas

Principais itens

Granel Líquido: gasolina, diesel, petróleo cru e asfalto
Granel Sólido: trigo, clínquer, coque de petróleo e enxofre
Carga Geral: arroz, material de construção civil, sal e papel

Sentido

Importação: 94%
Exportação: 6%