Transnordestina

11 de junho de 2014 - 03:00

A Nova Transnordestina, que integrará sete estados do Nordeste, incluindo o Ceará, terá trens transportando 11 vezes mais do que as máquinas atuais, o que elevará a capacidade de escoamento, consumindo 80% menos combustível e reduzindo em quatro vezes o custo operacional. A ferrovia deve escoar a produção agrícola do Norte e Nordeste, parte carente de logística de transporte, para os portos de Pecém e Suape (PE).

As obras, com prazo de conclusão de três a quatro anos, tiveram início em solenidade com a presença do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Missão Velha, no Ceará, a 522 km de Fortaleza. A cidade é o marco zero do projeto em direção a Salgueiro(PE), num trecho de 110 km, dos 1.860 previstos.

A construção dos outros três trechos da ferrovia — Eliseu Martins (PI), a Araripina (PE), com 400km; Araripina a Salgueiro, com 210km; Salgueiro a Suape, com 483km; e Missão Velha a Pecém, com 622 km — deve começar também neste ano, imediatamente após a elaboração dos projetos executivos e concedidas as licenças ambientais.

O investimento total, incluindo linha férrea, pátios de carregamento e terminais marítimos, é de R$ 4,5 bilhões — dos quais R$ 1 bilhão serão recursos próprios da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), R$ 823 milhões do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor), R$ 2,27 bilhões do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e R$ 400 mil do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Conforme o Ministério da Integração Nacional, foram liberados R$ 220 mil para o primeiro trecho, de 110 quilômetros, que irá de Missão Velha a Salgueiro. A primeira etapa será a implementação de um ramal, ligando Eliseu Martins (PI), ao Porto de Suape.

Esse ramal será interligado, em Salgueiro (PE), com ramal que será remodelado e terá como destino o Porto de Pecém. Em seguida, os investimentos serão direcionados para ramais existentes que cortam os estados de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Maranhão.

Segundo o ministro da Integração Nacional, Pedro Brito, uma das preocupações em relação à Transnordestina é que ela sirva também ao transporte de passageiros. Por conta disso, serão construídas 36 estações para o atendimento de passageiros, sendo 23 delas entre Fortaleza e Eliseu Martins e o restante no trecho que vai de Recife a Araripina.

A expectativa é de que, com a Transnordestina em operação, vários setores da economia sejam impulsionados, com criação e crescimento de pólos e arranjos produtivos locais. A CFN espera ainda que sejam gerados mais de 600 mil empregos em diversas cadeias produtivas. “É uma obra arrojada que trará grandes transformações econômicas e sociais”, afirma Brito.

As exportações e o agronegócio deverão ser potencializados, já que a ferrovia terá capacidade de movimentar 30 milhões de toneladas de carga por ano. O projeto vai viabilizar também as indústrias extrativas e de mineração, bem como a produção do biodiesel e do álcool. A nova ferrovia terá potencial de consumir 150 milhões de litros anuais de combustível, fabricado na região, à base de mamona e outras oleaginosas.